Salvação – a maior operação logística da história

 

Imagem: https://www.state.gov/

Um certo rei decidiu oferecer parte do seu reino a uma família. Entretanto, estabeleceu uma condição; a família podia fazer daquela parte do reino o que bem entendesse, desde que se mantivesse leal às leis que vigoravam em todo reino. Infelizmente, a família entendeu que não precisava manter-se leal às leis do reino porque tinha tudo o que precisava para prosperar independente do rei. Este ficou extremamente ofendido e puni-os enviando-lhes para o exílio. Muito tempo depois, este mesmo rei decide perdoar a família, entretanto não podia fazê-lo sem deixar de ser justo e sem dar o dito pelo não dito. Afinal, o rei avisara que se a família fosse desleal teriam de pagar pela deslealdade para sempre.

O rei se encontrava, assim, num grande dilema. Como ser justo e misericordioso ao mesmo tempo? Como perdoar a família sem deixar de ser justo? Simplesmente ignorar a desobediência não era uma opção. Como seria chamado um juiz que não punisse o culpado? No mínimo injusto. Não é?  

Alguém que não estivesse no exílio teria de arriscar a sua vida para salvar esta família. Teria de ser alguém que não partilhasse esta culpa. Não havia no mundo todo alguém que tivesse condições para salvar a família. A salvação talvez tivesse de vir de um alienígena, porque todos os habitantes do mundo eram membros da mesma família. Esta família é a humanidade.

Todos os homens padeciam da mesma enfermidade – rebelião. Esta era a condição da humanidade antes de Cristo. Tal como diz a Bíblia em Romanos 3:23 "pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus".

Foi assim que Deus teve a ideia de realizar a maior operação logística da história. Deus é santo, justo e misericordioso, e a humanidade é descaradamente rebelde e pecadora. Como amar a humanidade sem comprometer sua santidade e justiça? Para realizar o desejo do Pai, o Deus Filho – Jesus Cristo –escolheu nascer como homem para salvar os homens. Mas não bastava ser homem. Era preciso cumprir a sentença de Deus Pai. Em Génesis 2:17, a Bíblia diz "Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás". Ou seja, por ter pecado, a punição do homem seria a morte. Portanto, Jesus Cristo precisava morrer para cumprir a pena que pesava sobre a humanidade. E foi assim. O Deus Filho morreu, mas a morte não sabia que a morte do Filho de Deus geraria a possibilidade de vários outros se tornarem filhos de Deus.

Eu fico deslumbrado quando medito no plano de salvação. Basicamente, o que Deus fez com a morte e ressurreição de Jesus Cristo é transformar inimigos em filhos. É isto mesmo. Agora podemos deixar de ser apenas criaturas rebeldes e passar a ser filhos de Deus. Por puro amor, Deus abriu a possibilidade de rebeldes abandonarem a rebelião e se juntarem à Sua família. A possibilidade existe mesmo. Mas ninguém é obrigado a tornar-se família de Deus. Ou seja, Deus não obriga ninguém a abandonar a rebelião. Tornar-se filho é uma graça disponível a todos que creem nesta boa notícia. Tal como diz a Bíblia em João 3:16, “porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigénito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Basta crer. A operação já foi concluída. Agora todos podem ser filhos de Deus. Que notícia maravilhosa. Agora podemos ser filhos de Deus e não mais de Adão. Os filhos de Adão vivem na rebelião que Adão começou e os filhos de Deus andam na santidade que Jesus inaugurou.