Jesus não é o Batman
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Os evangelhos registam vários encontros de Jesus. Com cada um dos discípulos, com a mulher samaritana, com Zaqueu (o cobrador de impostos) e vários outros. Mas há um encontro cujo desfecho deixa-me muito assustado porque mostra que um encontro com Jesus não é garantia de salvação.
Em Lucas 18:18-25, a Bíblia conta a estória de um jovem que reconheceu imediatamente que Jesus era um bom mestre e que demostrou perspicácia ao fazer a pergunta mais importante da história: “que farei para herdar a vida eterna?”.
Pela conversa com Jesus, consegue-se perceber que o jovem era religioso. Não era um religioso hipócrita. Era daqueles sérios e fervorosos, daqueles que cumprem todos os mandamentos desde a infância. Devia ser um verdadeiro orgulho para os seus pais. Um menino que cumpre toda a lista de regras imposta pela religião dos seus pais. Que bonito!
Mas para a surpresa do jovem, Jesus não é apenas um bom mestre. “ (…) Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Colossenses 2:9). Ou seja, Jesus é Deus.
O jovem estava realmente interessado na salvação. Tinha consciência de que precisava de um salvador que lhe ajudasse a herdar a vida eterna. Mas o que ele não esperava era descobrir que não se pode ter o salvador sem se ter o Senhor. Ele chegou a dizer a Jesus que cumpria todos os mandamentos desde a sua juventude, mas ao ouvir a sua resposta, Jesus disse: “Ainda há uma coisa que você não fez. Venda todos os seus bens e dê o dinheiro aos pobres. Então você terá um tesouro no céu. Depois, venha e siga-me” (Lucas 18:22).
A proposta de Jesus revelou o que havia no coração do jovem. O seu "deus" eram as riquezas. Ele até simpatizava com os princípios do Reino de Deus. Achava-os interessantes e cumpria-os com alguma naturalidade. Mas não estava interessado num Deus que interferisse tanto na sua vida. Um Deus que mudaria o seu conceito de riqueza. Um Deus que mudaria a sua segurança dos bens materiais para os bens espirituais. Isto não. Tesouro no céu? Nem pensar, isto é muito incerto.
A perdição do jovem rico foi querer aceitar o Salvador apenas nos moldes em que ele já estava habituado. “Um deus light” que o salvaria apenas, mas que não interferia na sua vida nem nas suas decisões.
Meditar na expectativa do jovem rico faz-me pensar que provavelmente o salvador que ele tinha em mente era o Batman. Alguém que o salvaria sem se importar com a vida que levaria depois do resgate. Não é o caso do Salvador Jesus. Ele é Senhor. Ele determina como os salvos devem pensar e como devem viver. Aceitar Jesus como salvador implica estar disposto a abrir mão da nossa maneira antiga de pensar e viver. É uma decisão radical. Caso isso não aconteça é porque, tal como o jovem rico, estávamos à espera de ser salvos pelo Batman. E Jesus não é o Batman.
Palavra viva
ResponderEliminarAceitar Jesus requer uma mudança de comportamento (forma de estar e ser) o contrário não serve para os propósitos do Senhor
ResponderEliminarAmém 🙏🏾
ResponderEliminarObrigado Carlos por mais uma publicação.
Essas reflexões fazem-nos pensar no tipo de Cristianismos que estamos a viver.
De facto a salvação tem um preço, mas muitos de nós não estamos dispostos a pagar esse preço: morrermos para nós e vivermos para Cristo; fazermos de Jesus o nosso Senhor (aquele que governa as nossas vidas) e não apenas o nosso Salvador; trocarmos tudo pela pérola mais preciosa (Mateus 13:45-46).
A boa notícia é que ainda vamos a tempo de tomar essa decisão. 🙌🏾
É verdade companheiro! A referência à pérola preciosa é muito boa.
EliminarLouvado seja o Senhor. "Não mais vivo eu, mas Cristo vive em mim". Só alegria estes escritos porquanto alimentam-nos... esperando crescer. Deus te abençoe irmão.
ResponderEliminarQue possamos continuar a crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor Jesus Cristo. Abraço meu irmão.
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